quarta-feira, 31 de agosto de 2016

"Onde existir um poderoso pólo magnético para lá oscilarão todas as agulhas."
Huiberto Rodhen

Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, 
um rio que vai fluindo... 
Em vão, em minhas margens 
cantarão as horas

Me recamarei de estrelas 
como um manto real 
Me bordarei de nuvens e de asas, 
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas! 
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar, 
As imagens perdendo no caminho... 
Deixa-me fluir, passar, cantar... 
Toda a tristeza dos rios 
É não poder parar!

Mário Quintana

A hero is born among a hundred, a wise man is found among a thousand, but an accomplished one might not be found even among a hundred thousand men.
Plato

Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.

Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.

Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.

Edgar Allan Poe

..."Por isso, meu eterno e indefinível Anônimo, sinto-me feliz em integrar a pobre gotinha do meu pequenino Eu humano no mar imenso do teu grande Tu divino."...
Huberto Rohden


"Deve o homem entrar, cada dia, por meia hora, no silêncio de dentro e fechar todas as portas aos ruídos de fora."
Huberto Rohden


"Quem vê no sofrimento um meio para ultrapassar as futilidades da vida, é um iniciado."
Huberto Rohden

“Quanto mais nítida se torna no espírito a consciência da sua essência divina , tanto mais se difunde o seu magnetismo e presença corpórea.”
Huberto Rohden

O homem Cósmico está com os pés 
solidamente firmados na Terra 
e com a cabeça gloriosamente 
banhada pela luz eterna do céu e, 
quando contempla o céu, 
não perde de vista a Terra.

Huberto Rohden


“Não siga o passado, não se perca no futuro. O passado não existe mais, o futuro ainda não chegou. Observando profundamente a vida como ela é, aqui e agora, é que permanecemos equilibrados e livres."
Bhaddekaratta Sutta

“Quem somente se identifica com o próprio corpo é um analfabeto da Sabedoria - quem se identifica com os valores do Espírito é um sábio em um corpo temporário.”
Huberto Rohden

"A alma que caminha no amor não se cansa."
São João da Cruz


Quantos anos tenho?
Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
Quantos anos tenho? Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas, valem muito mais que isso...
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto. Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos. Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa? Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto...

Atribuído a José Saramago

I may be that poor wandering soul
but watch all the aspiration and light

watch the glow of God
reflecting from my face.

Rumi

sábado, 20 de agosto de 2016

For Antony - parodiando Poe

Thank Heaven! The crisis
    The danger is past,
And the lingering illness
    Is over at last
And the fever called "Living"
    Is conquered at last.

Sadly, I know
    I am shorn of my strength,
And no muscle I move
    As I lie at full length 
But no matter! I feel
    I am better at length.

And I rest so composedly,
    Now, in my bed,
That any beholder
    Might fancy me dead 
Might start at beholding me,
    Thinking me dead.

The moaning and groaning,
    The sighing and sobbing,
Are quieted now,
    With that horrible throbbing
At heart: ah, that horrible,
    Horrible throbbing!

The sickness the nausea 
    The pitiless pain
Have ceased, with the fever
    That maddened my brain 
With the fever called "Living"
    That burned in my brain.

And oh! of all tortures
    That torture the worst
Has abated the terrible
    Torture of thirst
For the naphtaline river
    Of Passion accurst:
I have drank of a water
    That quenches all thirst: 

Of a water that flows,
    With a lullaby sound,
From a spring but a very few
    Feet under ground
From a cavern not very far
    Down under ground.

And ah! let it never
    Be foolishly said
That my room it is gloomy
    And narrow my bed;
For woman never slept
    In a different bed 
And, to sleep, you must slumber
    In just such a bed.

My tantalized spirit
    Here blandly reposes,
Forgetting, or never
    Regretting its roses
Its old agitations
    Of myrtles and roses:

For now, while so quietly
    Lying, it fancies
A holier odor
    About it, of pansies 
A flowers odor,
    Commingled with pansies
With rue and the beautiful
         Puritan pansies.   

And so it lies happily,
    Bathing in many
A dream of the truth
    And the beauty of Antony 
Drowned in a bath
    Of the hairs of Antony.

He tenderly kissed me,
    He fondly caressed,
And then I fell gently
    To sleep on his chest 
Deeply to sleep
    From the heaven of his chest

When the light was extinguished,
    He covered me warm,
And he prayed to the angels
    To keep me from harm 
To the queen of the angels
    To shield me from harm.

And I lie so composedly,
    Now in my bed,
(Knowing his love)
    That you fancy me dead 
And I rest so contentedly,
    Now in my bed,
(With his love at my chest)
    That you fancy me dead 
That you shudder to look at me,
    Thinking me dead: 

But my heart it is brighter
    Than all of the many
Stars in the sky,
    For it sparkles with Antony 
It glows with the light
    Of the love of my Antony 
With the thought of the light
    Of the eyes of my Antony.



A Dream Within A Dream - Edgar Allan Poe

Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow 
You are not wrong, who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone?
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.

I stand amid the roar
Of a surftormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand 
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep while I weep!
O God! can I not grasp
Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?
Is all that we see or seem
But a dream within a dream?



The Haunted Palace - Edgar Allan Poe


In the greenest of our valleys 
   By good angels tenanted, 
Once a fair and stately palace- 
   Radiant palace reared its head. 
In the monarch Thought's dominion- 
   It stood there! 
Never seraph spread a pinion 
   Over fabric half so fair! 
Banners yellow, glorious, golden, 
   On its roof did float and flow, 
(This- all this- was in the olden 
   Time long ago,) 
And every gentle air that dallied, 
   In that sweet day, 
Along the ramparts plumed and pallid, 
   A winged odor went away. 

Wanderers in that happy valley, 
   Through two luminous windows, saw 
Spirits moving musically, 
   To a lute's well-tuned law, 
Round about a throne where, sitting 
 In state his glory well-befitting, 
   The ruler of the realm was seen. 

And all with pearl and ruby glowing 
   Was the fair palace door, 
Through which came flowing, flowing, flowing, 
   And sparkling evermore, 
A troop of Echoes, whose sweet duty 
   Was but to sing, 
In voices of surpassing beauty, 
   The wit and wisdom of their king. 

But evil things, in robes of sorrow, 
   Assailed the monarch's high estate. 
(Ah, let us mourn! for never morrow 
   Shall dawn upon him desolate!) 
And round about his home the glory 
   That blushed and bloomed, 
Is but a dim remembered story 
   Of the old time entombed. 

And travellers, now, within that valley, 
   Through the red-litten windows see 
Vast forms, that move fantastically 
   To a discordant melody, 
While, like a ghastly rapid river, 
   Through the pale door 
A hideous throng rush out forever 
   And laugh but smile no more. 




quinta-feira, 12 de novembro de 2015


Caminho eternamente por essas praias, Entre a areia e 
espuma. A maré alta apagará minha pegadas, E o vento 
soprará a espuma. Porém o mar e a praia permanecerão 
eternamente.” 

Gibran

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A gift of love - Rumi


The mening of love - Rumi


Only Breath - Rumi


Now is time to know - Hafiz


Seguindo Contigo - Tagore


Ao meu Senhor - Tagore


I was dead I came alive - Rumi


Light - Tagore


Hafiz - I saw two birds


terça-feira, 26 de novembro de 2013

A missão do amor eternamente


De espírito livre inda e somente,
Teu perfil meu coração distingue;
O teu inteiro ser unicamente:
O olhar, sorriso que não se extingue!

Doce o pranto que tuas mãos secou
No álveo que o corpo se estendeu,
Em versos que o amor eternizou!
Teu modo de falar, teu tom cravou

Com a cruz em meu fúnebre leito
A missão do amor eternamente
Lavrado em lágrimas no meu peito.

Meu espírito jungido ao teu, sempre,
Partiu em júbilo divinal, dentre
Hosana ao Mestre em eterno preito!

Espírito anônimo
Hsabbadini

Pirapanema, Nov. 26 2013




sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"Poesia é quando sentimentos profundos
Constantemente muito sérios e obtusos
se divertem loucamente com as palavras...
Desatarraxando da alma os parafusos!"

HSabbadini

Relógios quebrados marcando horas que se movem...

Aperta-se o crânio; apenas inextricáveis lembranças
Lançando-me atrás e além, das fronteiras dos séculos;
Risos, perfumes, abraços, ora velhos, ora crianças,
Conviventes num tempo sem portas; apenas pêndulos
De relógios quebrados, marcando horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.

Reavivam-se sentimentos que ontem foram esperanças,
Morro mil vezes na cadência das horas, vidas em pulos
Quânticos, distantes e tão pertos, denudando outras crenças!
Poder, ouro, devoção convivem com sentimentos chulos...
E os relógios quebrados, marcam horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.

Ardem-me o sol da Assíria e o magma do Vesúvio. Tranças,
Ornamentos, tiaras patrícias, subitamente são quebrados elos;
A jogarem-me do santuário de Ísis à fome, à nudez e à disgra em jaças...
A insurgir de relógios quebrados, marcando horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.

Na colossal andança cósmica que me arrebenta o crânio, traças
Corroem-me as suntuosas vestes no túmulo solitário; ainda ei-los
A guardarem-me o último berço em vitrine fria sob suas faces chanças
E olhos curiosos, enquanto minhas lagrimas respingam pós...
São os relógios quebrados a marcarem horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.

Sangue, fogo, de tudo hei provado, mas jamais de tuas louçãs
Mãos um abraço; nunca mais de teus lábios os antigos ósculos.
Jazo morta em vida, pois vida só soube contigo! Tuas carícias nunca vãs,
Eternas arrojam minh'alma em duro exílio a buscar-te pelos séculos!

Assim vivo; fitando...
Os relógios quebrados, marcando horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.

HSabbadini
Pirapanema, 21 de novembro, 2013

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores."

Khalil Gibran

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Mulher Inspiradora



Mulher, não és só obra de Deus; 
os homens vão-te criando eternamente 

com a formosura dos seus corações, 
e os seus anseios 
vestiram de glória a tua juventude. 

Por ti o poeta vai tecendo 
a sua imaginária tela de oiro: 
o pintor dá às tuas formas, 
dia após dia, 
nova imortalidade. 

Para te adornar, para te vestir, 
para tornar-te mais preciosa, 
o mar traz as suas pérolas, 
a terra o seu oiro, 
sua flor os jardins do Verão. 

Mulher, és meio mulher, 
meio sonho. 

Rabindranath Tagore,
 in "O Coração da Primavera"