"As borboletas continuarão a pairar sobre o campo e as gotas de orvalho ainda brilharão sobre a relva quando as pirâmides do Egito estiverem destruídas e não mais existirem os arranha-céus de Nova York." Khalil Gibran
segunda-feira, 8 de junho de 2015
terça-feira, 26 de novembro de 2013
A missão do amor eternamente
De espírito livre inda
e somente,
Teu perfil meu coração
distingue;
O teu inteiro ser unicamente:
O olhar, sorriso que
não se extingue!
Doce o pranto que tuas
mãos secou
No álveo que o corpo se
estendeu,
Em versos que o amor
eternizou!
Teu modo de falar, teu
tom cravou
Com a
cruz em meu fúnebre leito
A missão
do amor eternamente
Lavrado
em lágrimas no meu peito.
Meu
espírito jungido ao teu, sempre,
Partiu
em júbilo divinal, dentre
Hosana
ao Mestre em eterno preito!
Espírito anônimo
Hsabbadini
Hsabbadini
Pirapanema,
Nov. 26 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Relógios quebrados marcando horas que se movem...
Aperta-se o crânio; apenas inextricáveis lembranças
Lançando-me atrás e além, das fronteiras dos séculos;
Risos, perfumes, abraços, ora velhos, ora crianças,
Conviventes num tempo sem portas; apenas pêndulos
De relógios quebrados, marcando horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.
Reavivam-se sentimentos que ontem foram esperanças,
Morro mil vezes na cadência das horas, vidas em pulos
Quânticos, distantes e tão pertos, denudando outras crenças!
Poder, ouro, devoção convivem com sentimentos chulos...
E os relógios quebrados, marcam horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.
Ardem-me o sol da Assíria e o magma do Vesúvio. Tranças,
Ornamentos, tiaras patrícias, subitamente são quebrados elos;
A jogarem-me do santuário de Ísis à fome, à nudez e à disgra em jaças...
A insurgir de relógios quebrados, marcando horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.
Na colossal andança cósmica que me arrebenta o crânio, traças
Corroem-me as suntuosas vestes no túmulo solitário; ainda ei-los
A guardarem-me o último berço em vitrine fria sob suas faces chanças
E olhos curiosos, enquanto minhas lagrimas respingam pós...
São os relógios quebrados a marcarem horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.
Sangue, fogo, de tudo hei provado, mas jamais de tuas louçãs
Mãos um abraço; nunca mais de teus lábios os antigos ósculos.
Jazo morta em vida, pois vida só soube contigo! Tuas carícias nunca vãs,
Eternas arrojam minh'alma em duro exílio a buscar-te pelos séculos!
Assim vivo; fitando...
Os relógios quebrados, marcando horas que se movem,
Estranhamente, registrando eventos que jamais morrem.
HSabbadini
Pirapanema, 21 de novembro, 2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
A Mulher Inspiradora
Mulher, não és só obra de Deus;
os homens vão-te criando eternamente
com a formosura dos seus corações,
e os seus anseios
vestiram de glória a tua juventude.
Por ti o poeta vai tecendo
a sua imaginária tela de oiro:
o pintor dá às tuas formas,
dia após dia,
nova imortalidade.
Para te adornar, para te vestir,
para tornar-te mais preciosa,
o mar traz as suas pérolas,
a terra o seu oiro,
sua flor os jardins do Verão.
Mulher, és meio mulher,
meio sonho.
Rabindranath Tagore,
in "O Coração da Primavera"
My Friend
Art thou abroad on this stormy night
on thy journey of love, my friend?
The sky groans like one in despair.
I have no sleep tonight.
Ever and again I open my door and look out on
the darkness, my friend!
I can see nothing before me.
I wonder where lies thy path!
By what dim shore of the ink-black river,
by what far edge of the frowning forest,
through what mazy depth of gloom art thou threading
thy course to come to me, my friend?
Rabindranath Tagore
This we have now
This we have now
is not
imagination.
|
This is
not
|
grief or
joy.
|
Not a
judging state,
|
or an
elation,
|
or
sadness.
|
Those come
|
and go.
|
This is
the presence
|
that
doesn’t.
|
It's dawn,
Husam,
|
here in the splendor of coral,
|
inside the Friend, the simple truth
|
of what
Hallaj said.
|
What else could human beings want?
|
When grapes turn to wine,
|
they’re
wanting
|
this.
|
When the nightsky pours by,
|
it’s really a crowd of beggars,
|
and they all want some of this!
|
This
|
that we
are now
|
created the body, cell by cell,
|
like bees building a honeycomb.
|
The human body and the universe
|
grew from this, not this
|
from the universe and the human body.
Rumi
|
|
Say I am You
I am dust particles in sunlight.
I am the round sun.
|
To the bits of dust I say, Stay.
|
To the sun, Keep moving.
|
I am morning mist,
|
and the breathing of evening.
|
I am wind in the top of a grove,
|
and surf on the cliff.
|
Mast, rudder, helmsman, and keel,
|
I am also the coral reef they founder on.
|
I am a tree with a trained parrot in its
branches.
|
Silence, thought, and voice.
|
The musical air coming through a flute,
|
a spark of a stone, a flickering
|
in metal. Both candle,
|
and the moth crazy around it.
|
Rose, and the nightingale
|
lost in the fragrance.
|
I am all orders of being, the circling
galaxy,
|
the evolutionary intelligence, the lift,
|
and the falling away. What is,
|
and what isn’t. You who know
|
Jelaluddin, You the one
|
in all, say who
|
I am. Say I
|
am You.
Rumi
|
ONLY BREATH
Not Christian or Jew or Muslim, not Hindu, | |
Buddhist, sufi, or zen. Not any religion | |
or cultural system. I am not from the East | |
or the West, not out of the ocean or up | |
from the ground, not natural or ethereal, not | |
composed of elements at all. I do not exist, | |
am not an entity in this world or the next, | |
did not descend from Adam or Eve or any | |
origin story. My place is placeless, a trace | |
of the traceless. Neither body or soul. | |
I belong to the beloved, have seen the two | |
worlds as one and that one call to and know, | |
first, last, outer, inner, only that | |
breath breathing human being.
Rumi |
Abode of the Beloved
Oh Companion That Abode Is Unmatched,
Where My Complete Beloved Is.
In that Place There Is No Happiness or Unhappiness,
No Truth or Untruth
Neither Sin Nor Virtue.
There Is No Day or Night, No Moon or Sun,
There Is Radiance Without Light.
There Is No Knowledge or Meditation
No Repetition of Mantra or Austerities,
Neither Speech Coming From Vedas or Books.
Doing, Not-Doing, Holding, Leaving
All These Are All Lost Too In This Place.
No Home, No Homeless, Neither Outside or Inside,
Micro and Macrocosm Are Non-Existent.
Five Elemental Constituents and the Trinity Are Both Not There
Witnessing Un-struck Shabad Sound is Also Not There.
No Root or Flower, Neither Branch or Seed,
Without a Tree Fruits are Adorning,
Primordial Om Sound, Breath-Synchronized Soham,
This and That - All Are Absent, The Breath Too Unknown
Where the Beloved Is There is Utterly Nothing
Says Kabir I Have Come To Realize.
Whoever Sees My Indicative Sign
Will Accomplish the Goal of Liberation.
Kabir
In that Place There Is No Happiness or Unhappiness,
No Truth or Untruth
Neither Sin Nor Virtue.
There Is No Day or Night, No Moon or Sun,
There Is Radiance Without Light.
There Is No Knowledge or Meditation
No Repetition of Mantra or Austerities,
Neither Speech Coming From Vedas or Books.
Doing, Not-Doing, Holding, Leaving
All These Are All Lost Too In This Place.
No Home, No Homeless, Neither Outside or Inside,
Micro and Macrocosm Are Non-Existent.
Five Elemental Constituents and the Trinity Are Both Not There
Witnessing Un-struck Shabad Sound is Also Not There.
No Root or Flower, Neither Branch or Seed,
Without a Tree Fruits are Adorning,
Primordial Om Sound, Breath-Synchronized Soham,
This and That - All Are Absent, The Breath Too Unknown
Where the Beloved Is There is Utterly Nothing
Says Kabir I Have Come To Realize.
Whoever Sees My Indicative Sign
Will Accomplish the Goal of Liberation.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Noite, silêncio, folhas imóveis;
imóvel o meu pensamento.
Onde estás, tu que me ofereceste a
taça?
Hoje caiu a primeira pétala.
Eu sei, uma rosa não murcha
perto de quem tu agora sacias a sede;
mas sentes a falta do prazer que eu
soube te dar,
e que te fez desfalecer.
Acorda... e olha como o sol em seu
regresso
vai apagando as estrelas do campo da
noite;
do mesmo modo ele vai desvanecer
as grandes luzes da soberba torre do
Sultão.
Omar Khayyam
"O beautiful wine-bearer, bring forth the cup and
put it to my lips
Path of love seemed easy at first, what came was
many hardships.
With its perfume, the morning breeze unlocks those
beautiful locks
The curl of those dark ringlets, many hearts to
shreds strips.
In the house of my Beloved, how can I enjoy the
feast
Since the church bells call the call that for
pilgrimage equips.
With wine color your robe, one of the old Magi’s
best tips
Trust in this traveler’s tips, who knows of many
paths and trips.
The dark midnight, fearful waves, and the
tempestuous whirlpool
How can he know of our state, while ports house his
unladen ships.
I followed my own path of love, and now I am in bad
repute
How can a secret remain veiled, if from every
tongue it drips?
If His presence you seek, Hafiz, then why yourself
eclipse?
Stick to the One you know, let go of imaginary
trips."
Hafiz
Hafiz - Khwāja Šamsu d-Dīn Muḥammad Hāfez-e Šīrāzī
Khwāja Šamsu d-Dīn
Muḥammad Hāfez-e Šīrāzī (persa - خواجه شمسالدین محمد حافظ شیرازی), também conhecido por Hāfez ou Hafiz, foi um
poeta lírico e místico persa nascido entre 1310 e 1337 na cidade
de Shiraz na Pérsia, Irã, filho de Baha-ud-Din.
Suas obras
selecionadas podem ser
encontradas nas casas da maioria dos iranianos,
que aprendem seus poemas de cor e os usam como provérbios e ditados até hoje.
Sua vida e seus poemas têm sido objeto de muita análise, comentário e
interpretação e têm influenciado a literatura persa pós-século XIV mais do que
qualquer outra coisa.
Os principais temas de seus gazals são o amor, a celebração do vinho e da embriaguez e a exposição da hipocrisia daqueles que se colocaram como guardiões, juízes e exemplos de retidão moral. Seus poemas líricos, são notáveis por sua beleza, por fruir do amor, pelo misticismo e por temas sufi que haviam permeado a poesia persa.
Os principais temas de seus gazals são o amor, a celebração do vinho e da embriaguez e a exposição da hipocrisia daqueles que se colocaram como guardiões, juízes e exemplos de retidão moral. Seus poemas líricos, são notáveis por sua beleza, por fruir do amor, pelo misticismo e por temas sufi que haviam permeado a poesia persa.
Sua presença na vida
dos iranianos pode ser sentida através da leitura de Hafez (fāl-e
hāfez, em persa: فال حافظ),
uso frequente de seus poemas na música persa tradicional,
artes visuais e caligrafia persa. Seu túmulo em Shiraz é
uma obra da arquitetura iraniana e
frequentemente visitada. Adaptações, imitações e traduções de poemas de Hafiz
existem em todos os principais idiomas.
Uma destas noites, um sábio me falou:
"É
preciso conheceres o segredo daquele que nos vende o vinho."
E ainda:
E ainda:
"Não
leves nada a sério. O mundo carrega de enormes fardos aqueles que dobram a
cerviz."
Depois, estendeu-me
uma taça onde o esplendor do céu se refletia tão vivamente que Zuhra se pôs a
dançar:
"Filho, segue
o meu conselho; não te inquietes com as noites deste mundo. Guarda as minhas
palavras: elas são mais raras do que as pérolas"
"Aceita a vida
como aceitas essa taça, de sorriso nos lábios, ainda que o coração esteja a
sangrar. Não gemas como um alaúde; esconde as tuas chagas"
"Até o dia em
que passares por trás do véu, nada compreenderás. Não podem ouvidos humanos
ouvir a palavra do anjo"
"Na casa do
amor, não te envaideças das tuas perguntas, nem da resposta."
Vinho, ó Saki, mais
vinho: as loucuras de Hafiz foram compreendidas pelo Senhor da alegria, Aquele
que perdoa, Aquele que esquece...
Hafiz
A Morte nos é um favor,
mas nossas balanças perderam seu equilíbrio.
A impermanência do corpo deveria dar-nos grande clareza,
aprofundando através de nossos olhos e sentidos a maravilha
desta misteriosa existência que partilhamos e pela qual
certamente estamos apenas passando.
mas nossas balanças perderam seu equilíbrio.
A impermanência do corpo deveria dar-nos grande clareza,
aprofundando através de nossos olhos e sentidos a maravilha
desta misteriosa existência que partilhamos e pela qual
certamente estamos apenas passando.
Se eu estivesse na Taberna essa noite Hafiz pediria bebidas
e enquanto o Mestre enchesse os copos,
eu seria lembrado no tudo o que sei da vida e de mim próprio
é que nos somos apenas um voo de vinho dourado entre seu jarro e seu copo.
Se eu estivesse na Taberna essa noite
pagaria uma rodada
a todos neste mundo porque o nosso casamento com a
beleza cruel do tempo e do espaço não pode durar muito.
a todos neste mundo porque o nosso casamento com a
beleza cruel do tempo e do espaço não pode durar muito.
A Morte nos é um favor, mas nossas mentes
perderam seu equilíbrio.
A existência milagrosa e a impermanência da forma
sempre fazem dançar e cantar aos Iluminados.
A existência milagrosa e a impermanência da forma
sempre fazem dançar e cantar aos Iluminados.
Hafiz
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